sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

As Causas da violência infantil e os dois cachorros.

Estão cada vez mais comuns as brigas e violência entre as crianças.

Eu estava conversando na escola com um garoto sobre suas atitudes agressivas - com colegas e até com seus professores. O menino, que me ouvia em silêncio absoluto, virou-se para mim com aquele olhar de quem está pensando profundamente na questão, apertou seus olhinhos castanhos, e desabafou: "_Tem uma coisa dentro de mim que não consigo controlar!"

Que coisa será essa? Fiquei pensando...

Lembrei-me então da história que ouvi uma vez: dos dois cachorros que brigam dentro de nós.

"Um Sábio índio descreveu certa vez os seus conflitos internos: 'Dentro de mim existem dois cachorros, um deles é cruel e mau, o outro é muito bom e dócil. Eles estão sempre a brigar'.
Quando então lhe perguntaram qual dos cachorros ganharia a abriga, o sábio índio parou, refletiu e respondeu:
'Aquele que eu alimentar".

Qual cachorro você quer que vença? O Pit Bull ou o Yorkshire? Perguntei ao garoto. E ele replicou: "_Mas meu pai disse que se alguém me bater eu tenho que revidar."

Quando ele saiu da minha sala fiquei pensando em como o próprio pai estava alimentando o Pit Bull.

Como podemos alimentar esses cachorros? Pensei em três possibilidades de biscoitos caninos:

1. Disciplina - pode estar lhe faltando limites, nesse caso fortalecemos o descontrole. Ou, a correção pode estar sendo feita da forma errada e correção sem amor, gera mais violência.

2. Medicina - Pode ser que a criança tenha um distúrbio ou transtorno como a famosa hiperatividade, por exemplo. Então lhe falta um diagnóstico e tratamento adequado.

3. Espiritualidade - pode ser atuação ou influência de espíritos maus. Resolve-se com jejum e oração.

Antes de testar estas três áreas, você pode partir para a lei do reforço. Este método que há algum tempo atrás coloquei em cheque e questionei severamente, agora tenho colocado em prática e obtido ótimos resultados. Trata-se de recompensar o bom comportamento com privilégios ou pequenos presentes, como adesivos e a famosa estrelinha que você já deve ter visto (e recebido) quando estudou.

Um dia, uma a professora, chamando a atenção de sua pequena de dois anos e meio perguntou-lhe:

- Ana, quantas vezes vou ter que falar para você obedecer? No que Ana respondeu:

- Três vezes professora. Você disse que só ia falar três vezes. E essa foi a vez dois.

Eu sei que reforço também é coisa de cachorro, mas muitas vezes ele ajuda ou pelo menos nos dá tempo para investigar qual cachorro está sendo mais alimentado e como.

Já pensou se estivermos alimentando o Pit Bull dentro de nossas crianças?

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