Um novo educador.
As crianças que nasceram no século XXI precisam de um
novo educador. Elas formaram conexões no cérebro que outras gerações não
possuíram, por não terem recebido os estímulos necessários para isso. Assisti a
um documentário chamado “Mentes brilhantes”, onde os cientistas mostraram que
existem conexões em nosso cérebro que, se não estimuladas, elas literalmente
morrem. Os estímulos variam, desde jogos até tocar instrumentos musicais. A
geração do século XXI tem sido mais estimulada e recebido muito mais informação
do que qualquer outra que já existiu. A mídia eletrônica e a internet
inauguraram um novo mundo. Nós humanos, mexemos muito com o mundo e com as
pessoas, por isso as crianças mudaram tanto, para se adaptar à época em que nasceram. Mudança
- é uma palavra chave hoje em
dia. Tudo está passando e se transformando, e rápido! Os pais
também não são mais os mesmos. Eles já estão terceirizando a criação dos seus
filhos e entregando-os corpo, alma e espírito para a tv, os jogos eletrônicos,
a internet, as escolas e para as babás ou tias. Essas e outras mudanças vieram
para ficar, temos que saber lidar com elas sem trair nossos princípios e
valores. A resistência à certas mudanças só trazem mais sofrimentos. E abrir
mão das virtudes e valores só traz mais problemas. Parece que estamos mesmo em
uma encruzilhada. Então, qual direção tomar?
O desafio é olhar para
esta nova geração com esperança. Nem pessimistas, nem otimistas, mas sim
realistas e esperançosos. Quando uma criança nasce ela tem que pegar o “bonde
andando” - o bonde é a vida, o mundo, são séculos e séculos de conhecimentos e
de história. (Aliás, essa geração de crianças nem deve saber o que é um bonde!
Isso já é uma figura ultrapassada). Bem,
temos que ensinar o bonde em qual caminho deve andar, para não se desviar dele.
Creio mesmo que esta é a nossa missão como pais e educadores. Mas como alcançar
o coração desta nova geração? O que deve ser mantido e o que deve se adaptar a
tantas mudanças?
Princípios e valores –
não são negociáveis.
Métodos – devem ser
adaptados.
A grande questão é: como se adaptar as mudanças contínuas desta
época sem ferir os princípios e virtudes? No caso da educação nosso desafio
atual é recuperar o equilíbrio entre: limite e liberdade. Deixe-me atualizar
minha metáfora: de bonde para rio. Para o rio alcançar o mar ele precisa seguir
seu curso, um caminho delimitado, ou então ele deixa de ser rio, pode virar
lago, poça d’água ou até secar. Pode se desviar, apodrecer e morrer. O limite
do rio o mantém no seu propósito, que é desaguar no mar. O limite o conduz para
vida! “Pois o mandamento é lâmpada, a instrução é luz, e as advertências da
disciplina são o caminho que conduz á vida.” Provérbios 6.23. O limite deve ser
mantido, pois ele assegura a vida.
Educar
as crianças estabelecendo limites é um princípio de vida que não deve mudar. O
que muda é a forma como fazemos isso, que pode ser amorosa e sábia ou
destrutiva e repressiva. O desafio do
educador do século XXI é encontrar o caminho do meio, aprender com o passado,
analisar o novo homem, se segurar nas virtudes e viver com equilíbrio. Este
novo educador está em formação e está aprendendo a tratar a vida e o processo
de ensino aprendizagem de outra forma. “A vida não é um ensaio, ainda que
tratemos muitas coisas; não é um conto, ainda que inventemos muitas coisas; não
é um poema, ainda que sonhemos muitas coisas. O ensaio do conto do poema da
vida é um movimento perpétuo; isso sim, um
movimento perpétuo.” (Augusto Monterroso
– escritor da Guatemala). Movimente-se dentro de princípios e virtudes que não
mudam. Para encontrar o equilíbrio dentro deste movimento o desafio é entender a nossa época e as pessoas, para
assim tornar a aprendizagem significativa e por procedimento, valorizando o
fazer do estudante. E em se tratando de
metodologias precisamos tornar a escola o lugar que se parece com o aluno e com
a nova maneira de aprender do cérebro que se renova a cada dia, então, novo
educador: Inove com equilíbrio!
Por: Alexandra Guerra. In: alexaguerra.blogspot.com