As crianças
que nasceram no século XXI precisam de um novo educador. Elas formaram conexões
no cérebro que outras gerações não possuíram, por não terem recebido os
estímulos necessários para isso. Assisti a um documentário chamado “Mentes
brilhantes”, onde os cientistas mostraram que existem conexões em nosso cérebro
que, se não estimuladas, elas literalmente morrem. Os estímulos variam desde
jogos até tocar instrumentos musicais. A geração do século XXI tem sido mais
estimulada e recebido muito mais informação do que qualquer outra que já
existiu. A mídia eletrônica e a internet inauguraram um novo mundo. Nós
humanos, mexemos muito com o mundo e com as pessoas, por isso as crianças mudaram
tanto para se adaptar ao mundo no qual
nasceram. Mudança - é uma palavra chave hoje em dia. Tudo está passando
e se transformando, e rápido! As crianças de hoje são muito diferentes, aos
quatro anos já querem saber como os bebes são feitos e como nascem. Um dia uma
garota de oito anos me disse que sonhou que estava transando com seu colega. Aos
dez anos as meninas já estão menstruando, e aos 14 já tem filhos! A mudança já
alterou até o funcionamento do corpo. Os pais também não são mais os mesmos.
Eles já estão terceirizando a criação dos seus filhos e entregando-os corpo,
alma e espírito para a tv, os jogos eletrônicos, a internet, as escolas e para as
babás ou tias. Essas e outras mudanças vieram para ficar, temos que saber lidar
com elas sem trair nossos princípios e valores. As resistências às mudanças só
trazem mais sofrimentos. E abrir mão das virtudes e valores só traz mais
problemas. Parece que estamos mesmo em uma encruzilhada. Então qual direção
tomar?
O desafio é
olhar para esta nova geração com esperança. Nem pessimistas, nem otimistas, mas
sim realistas esperançosos.
Quando uma
criança nasce ela tem que pegar o “bonde andando”; o bonde é a vida, o mundo,
são séculos e séculos de conhecimentos e de história. (Aliás, essa geração de
crianças nem deve saber o que é um bonde! Isso já é uma figura ultrapassada). Bem, temos que ensinar o bonde em qual caminho
deve andar, para não se desviar dele. Creio mesmo que esta é a nossa missão
como pais e educadores. Mas como alcançar o coração desta nova geração? O que
deve ser mantido e o que deve se adaptar a tantas mudanças?
A grande questão é: como se adaptar as
mudanças contínuas desta época sem ferir os princípios e virtudes? No caso da
educação nosso desafio atual é recuperar o equilíbrio entre: limite e
liberdade. Deixe-me atualizar minha metáfora: de bonde para rio. Para o rio alcançar
o mar ele precisa seguir seu curso, um caminho delimitado, ou então ele deixa
de ser rio, pode virar lago, poça d’água ou até secar. Pode se desviar,
apodrecer e morrer. O limite do rio o mantém no seu propósito, que é desaguar
no mar. O limite o conduz para vida! “Pois o mandamento é lâmpada, a instrução
é luz, e as advertências da disciplina são o caminho que conduz á vida.” Pr
6.23. O limite deve ser mantido, pois ele assegura a vida.
Educar
as crianças estabelecendo limites é um princípio de vida que não deve mudar. O
que muda é a forma como fazemos isso, que pode ser amorosa e sábia ou
destrutiva e repressiva. O desafio do educador do século XXI é encontrar o
caminho do meio, aprender com o passado, analisar o novo homem, se segurar nas
virtudes e viver com equilíbrio. Este novo educador está em formação e está
aprendendo a tratar a vida de outra forma. “A vida não é um ensaio, ainda que
tratemos muitas coisas; não é um conto, ainda que inventemos muitas coisas; não
é um poema, ainda que sonhemos muitas coisas. O ensaio do conto do poema da
vida é um movimento perpetuo; isso sim, um
movimento perpetuo.” (Augusto Monterroso
– escritor guatemalo). Movimente-se dentro de princípios que não mudam. Para
saber quais são eles, leia e estude a Bíblia.
Alexandra
Guerra.
Um comentário:
Oi, sempre aprendo muito com você.
Texto riquíssimo, Alexandra. Gosto muito de ler o que você escreve e sempre indico para alguém.
Deus te enriqueça cada vez mais e que este dom seja conhecido de educadores deste Brasil.
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