Dei-me conta de algo assustador: Eu criei meu próprio Deus! A
imagem que cada um de nós tem de Deus foi construída particularmente. Fruto de
nossos relacionamentos – principalmente paterno e materno – e fruto daquilo que
foi plantado em nossa infância. Por exemplo, a palavra “pai” para cada pessoa
tem um significado dependendo do tipo de pai que ela teve. Para um pai
significa proteção, amor e respeito. Para outro, pai quer dizer, abandono, dor
e sofrimento. Assim, vamos preenchendo cada palavra com nossas experiências de
vida, e isto inclui, a palavra “Deus”.
Passado o susto inicial, estou tentando me afastar das imagens
criadas por mim e me aproximar de quem é Deus de verdade – o Elohim – Deus
Eterno e Criador dos céus e da terra, amém. O Deus da Bíblia sagrada. Tarefa
difícil!
Por exemplo, eu sempre ouvi:
“_ Menina Deus castiga!”
“_ Deus está vendo tudo ein...” Durante muito tempo, para mim deus
era mais juízo do que amor. Ele ficava me vigiando para me castigar. Custei a
entender e aceitar na minha vida a graça Divina. Meu senso crítico e exigências
sempre me deram muito trabalho, tanto comigo quanto com os outros. À medida que
eu fui crescendo, questionando, penando; esse meu Deus foi ficando tão limitado
que não combinava mais com Sua magnífica Criação! Comecei olhar mais para a
Bíblia e para a Criação. E a ouvir menos as vozes que me perseguiam.
Suspeito que os ateus
tiveram pais omissos ou então muito desequilibrados. Então eles concluem: Se
Deus é pai... é melhor ele nem existir. Tem gente que é o extremo oposto, como
tiveram pais muitos permissivos acham que Deus é meio bobinho, sabe do tipo, só
paz e amor! Fica na dele e deixa você fazer o que quiser... Sinto muito lhes informar
papais e mamães, mas até nisto vocês influenciam e podem determinar a imagem
que seus filhos fazem de Deus. E como serão os pais dos fanáticos
religiosos?... Sei não. E por falar neles, os alienados que me desculpem, mas tem
uma música que tem me ajudado: “Se eu quiser falar com Deus” Interpretado por:
Elis Regina e composta por: Gilberto
Gil. Ela dá dicas
preciosas, como: “Tenho que ficar a sós, calar a voz, esquecer a data, ter mãos
vazias. Se eu quiser falar com Deus tenho que me aventurar, subir aos céus sem
cordas pra segurar, decido pela estrada que ao final vai dar em nada, nada,
nada do que eu pensava encontrar.”
Uma coisa eu
sempre peço: Que Deus fale a minha língua e desça ao meu nível de reles mortal
que não usa os 100% do cérebro que Ele criou. Para que aos poucos eu possa me
aproximar dEle de verdade! Mesmo que ao final eu tenha uma grande surpresa! Como
eu não gosto de surpresas, vou me preparando por aqui...
Quem é Deus? Depende de quem vê e se quer ver mesmo. Meu Deus!
Alexandra Guerra.
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