Precisamos
de pessoas que nos ajudem a sonhar. Gostaria de ser esta pessoa para
você, e regar suas sementes de sonhos na área da educação.
Algumas das sementes já estão em nós, mas adormeceram, vamos então
regá-las e despertá-las... Outras raquíticas, se esforçam para
crescer... Algumas já existem, vamos adubá-las, para que assim,
ganhem forças para se desenvolver... Outras sementes ainda não
existem, então vamos semear no coração.
Quase
todas as nossas realizações na vida começam com um sonho, pois,
sonhar é a idéia fixa em algo. Sonhar é: prever, presumir, supor.
Para as pessoas mais operacionais ficarem à vontade com este
assunto, podemos lembrar-lhes que sonhar é o primeiro passo para
planejar e esquematizar. Se nós mantivermos a idéia fixa e andarmos
na direção de uma educação melhor, então as coisas poderão ser
mudadas a partir de cada um de nós. Se olharmos apenas para as
mazelas da educação atual no Brasil, corremos o risco de nos
mantermos imóveis e desanimados, pois há tanto o que fazer... Como
nos adverte Gustavo Ioschpe. “Para mudar a educação, seria
necessário mudar o país. E como é impossível mudar o país sem
mudar nossa educação, temos aí a receita para o imobilismo
eterno”. (1) A importância de falar sobre a educação que
queremos, é que, isso regará nossas esperanças e nos moverá em
direção ao alvo.
A matéria prima do
educador é a esperança no ser humano. O homem está corrompido. O
ser humano precisa ser restaurado. É com esta esperança na
restauração humana, que nós educadores trabalhamos. Como
Aristóteles, vejo a virtude como algo a ser trabalhado com muito
esforço e possível de ser alcançada.
“Aristóteles
sustenta que a virtude é um hábito e, portanto, não só pode, mas
também deve ser ensinada, constituindo-se talvez numa das tarefas
mais importantes da educação do homem.”
(2)
A nossa prioridade
neste mundo conturbado é educar visando a virtude na complexidade do
ser. Entenda-se virtude como: tentar se aproximar do bem. Sonho com
um ensino que invista nas relações interpessoais e que seja
equilibrado. Quais são as características desse ensino? Ele é um
ensino que equilibra: Conhecimento e sabedoria; fundamentação
teórica e vivência prática; informação e formação humana; um
ensino que alcance a razão e a emoção, que valorize a linguagem
científica e a poética; que equilibre o individual e o coletivo; um
ensino de ciência e de senso comum. Ou seja, um ensino que vise a
formação integral do ser humano.
As dificuldades
certamente estão postas e outras virão. A maior ameaça que
enfrentamos é manter a chama acesa dentro de cada um de nós, para
não desistirmos quando os obstáculos se apresentarem. Se nos
fortalecermos enfrentaremos com ética e bravura as barreiras das
políticas educacionais, da falta de recursos e de valores sociais, a
má qualidade do ensino, as deficiências da formação de
professores, dentre tantas outras.
O
que faremos para construir o ensino que queremos? Assumiremos um
compromisso, faremos uma aliança para educar com excelência! Esta
tarefa não é apenas dos educadores ou do governo, é de toda a
sociedade, somente com a conscientização popular podemos alcançar
resultados significativos. Para construir o ensino que queremos
seremos o modelo. Já que o educador é um espelho, isto pode começar
em quem ensina, e assim ir contagiando outros. Pois
a
educação que queremos construímos com nossas mãos dadas.
Para
erguer o ensino que queremos acreditaremos nos alunos e nas sementes
que o educador lança. Iremos investir
em “como se ensina”.
O
que mais faremos? Regaremos as sementes de nossas mais altas
esperanças e cuidaremos delas para que cresçam e frutifiquem em
nossa nação. Faremos isso da mesma forma como cuidamos das plantas:
idealizamos a planta que queremos, ou seja, sonhamos com ela.
Preparamos a terra. Lançamos as sementes. Regamos e aguardamos a
semente germinar. Esperamos, cuidamos, esperamos... Avistamos os
primeiros sinais, nos alegramos. Regamos. Esperamos... Vemos ela
crescer. Cuidamos para não morrer. Apreciamos a beleza das flores,
esperançosos de que logo virarão frutos. Nos emocionamos. Sentimos
seu perfume. Os frutos aparecem, colhemos e nos saboreamos com eles.
Os frutos nos alimentam e dão forças para fazermos nova semeadura,
e recomeçar o ciclo de vida. Quem
educa, age no ciclo da vida!
Para
alcançarmos o ensino que queremos, faremos tudo aquilo que depende
nós. Como nos ensina um ditado popular: “Se não podemos fazer
tudo o que é preciso, precisamos fazer tudo o que podemos.” Tudo
o que nossas mãos alcancarem, pois
a
educação que queremos construímos com nossas mãos dadas.
Por:
Alexandra Guerra. Blog: alexaguerra.blogspot.com
Referências:
(1) Analfabetismo e a inviabilidade do Brasil. Gustavo Ioschpe. In:
http://www.reescrevendoaeducacao.com.br/pages.php?recid=22
Acesso em 11/04/06. (2) Ética
a Nicômaco – A virtude é um hábito.Texto do célebre tratado
aristotélico. Pg.
52, 53.
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